O Túnel do Tempo é uma série de ficção científica que mostrou, com muito sucesso, as aventuras de dois cientistas que realizam viagens através do tempo. O programa foi a terceira série de ficção-científica criada e produzida para a tevê pelo produtor Irwin Allen, sendo lançada pelo estúdio 20th Century Fox Television e transmitida pela rede de televisão americana ABC. Apesar da audiência, durou apenas 30 episódios em uma única temporada, devido ao seu elevado custo de produção.
O produtor Irwin Allen já tinha emplacado a série Viagem ao Fundo do Mar na rede ABC americana e estava se preparando para lançar Perdidos no Espaço na CBS. Foi quando a ABC o convidou para produzir uma série sobre viagens no tempo.
Naquela época, havia sido lançado um livro chamado The Time Tunnel (O Túnel do Tempo), escrito por Murray Leinster. A publicação falava de um túnel em uma viela parisiense, usado para se chegar à era Napoleônica, onde negociadores de arte estavam roubando velhos artefatos. Apesar da história ser fraca, inspirou Allen a criar um grande projeto para a tevê.O Projeto Tic-Toc é uma empreitada secreta do governo americano para a construção de uma máquina do tempo, conhecida como Túnel do Tempo, devido a sua aparência de um corredor cilíndrico. A base para o projeto é um enorme complexo oculto no subsolo em uma locação do Arizona, situada 800 andares abaixo da superfície, onde trabalham mais de 36 mil pessoas.Os diretores responsáveis pelo projeto são o Dr. Douglas Phillips (Robert Colbert), o Dr. Anthony Newman (James Darren) e o Tenente-General Heywood Kirk (Whit Bissel). Seus auxiliares são o Dr. Raymond Swain (John Zaremba), um grande especialista em eletrônica, e a Dra. Ann MacGregor (Lee Meriwether), uma eletro-bióloga responsável pela supervisão da unidade que determina quanto calor um viajante do tempo é capaz de resistir. A série se passa em 1968, praticamente dois anos no futuro do tempo original da transmissão da série.O Tic-Toc estava em seu décimo ano, e perto de definitivamente começar a dar resultados, quando o senador dos Estados Unidos Leroy Clark (Gary Merrill) trata de fazer uma investigação a fim de avaliar a continuidade do projeto, que já havia consumido 7,5 bilhões de dólares. Clark achou que o Tic-Toc estava desperdiçando dinheiro dos cofres do governo, visto que aquilo tudo seria um “brinquedo caro que apenas fez alguns animais desaparecerem e nada mais”.
Após uma conversa com Phillips, Newman e Kirk, o senador dá um ultimato: ou eles realmente conseguem enviar uma pessoa através do tempo em até 24 horas ou ele retirará para sempre o financiamento do projeto.
Mais tarde, Tony decide ele mesmo testar o túnel secretamente, mesmo que o equipamento ainda não esteja aperfeiçoado e sem saber se conseguirá voltar. Seu objetivo é provar que as viagens no tempo são possíveis e salvar o projeto. O cientista realmente desaparece e, ao perceberem que a máquina foi ativada, técnicos e cientistas começam a rastrear o viajante. Até que Tony aparece em 1912, a bordo do navio Titanic, um dia antes de seu afundamento!Tony tenta contar a verdade ao capitão do navio sobre o que vai acontecer no dia seguinte. Mas, é considerado louco e preso no porão por ser clandestino. No laboratório, os técnicos localizam Tony e percebem que ele tem de receber ajuda urgente para se libertar da cela, ou morrerá afogado. Assim, Doug recebe permissão do General Kirk para viajar no tempo e encontrar o colega cientista preso no passado.Tony é solto por Doug, mas o navio realmente sofre o impacto do iceberg. Ambos ajudam a salvar os passageiros em botes salva-vidas e, quando estão prestes a cair no mar, a sala de controle do Túnel do Tempo consegue congelá-los e iniciar uma tentativa de transferência para o presente. Então, algo dá errado e eles não voltam para casa, mas, sim, a uma outra época, no compartimento de um foguete, prestes a decolar para Marte. Tony e Doug estão presos no tempo, devido a um mal funcionamento do equipamento!
Com isso, o Senador Clark retorna a Washington com a promessa de que o financiamento não será cortado para o projeto, deixando General Kirk no comando. Está montado o cenário para o desenvolvimento da série.
O único elo de ligação dos dois cientistas e seus colegas é uma grande tela da sala de controle do Túnel do Tempo, capaz de captar as imagens em tempo real da época em que Tony e Doug estão. Assim, os dois vivem momentos históricos e ajudam figuras importantes do passado a escrever seus nomes na história.
Tony e Doug estão conectados de uma época da história para outra, definindo assim os episódios que se estenderão no passado e futuro. Ambos são firmes em suas determinações de manter um ao outro a salvo, arriscando-se na esperança de um dia voltarem para casa. No episódio-piloto, por exemplo, Tony fica preso em uma mina que desmoronou e Tony tenta soltá-lo. Ambos podem ficar soterrados a qualquer momento.
Grande parte dos episódios inicia-se com a seguinte narração, na voz original de Dick Tufeld (o Robô de Perdidos no Espaço) e narrada em português por Ibrahim Barchini, do estúdio AIC:
“Dois cientistas americanos se encontram perdidos nos infinitos labirintos de épocas passadas e futuras, durante a primeira experiência do maior e mais secreto projeto americano: o Túnel do Tempo. Tony Newman e Doug Phillips partem agora indefesos para uma nova e incrível aventura, em alguma parte dos eternos caminhos do tempo”.
Tony e Doug tomam parte de notáveis eventos do passado, tais como o já citado naufrágio do Titanic, o ataque a Pearl Harbor, a erupção do Krakatoa, a Batalha do Álamo e muitos outros. Da sala de controle, o General Kirk, Ray e Ann são capazes de monitorá-los no tempo e espaço que se encontram. Se comunicam com os cientistas através de transmissões de voz e enviam-lhes armas e equipamentos pelo túnel.
Infelizmente, quando a série foi cancelada abruptamente no verão de 1967, não chegou a ser filmado um episódio em que os dois cientistas retornam para o complexo Túnel do Tempo em segurança.Foram utilizados sets, imagens de arquivos de filmes da 20th Century Fox Film Corporation, bem como figurinos que sobraram de um grande número de dramas de época, também produzidos pela Fox. Até fotos em preto e branco do naufrágio do Titanic foram utilizadas nesta produção televisiva a cores.
Somente alguns atores usaram trajes para um determinado episódio, intercalados com cortes (edição) de grande massa de pessoas vestidas de forma similar, a partir de características originais. Apenas um set foi construído especialmente para o programa, que foi a sala de controle principal do Túnel do TempoAlguns episódios contaram com alienígenas que vestiam trajes e adereços originalmente criados para outras produções de TV e cinema realizadas por Irwin Allen.
Erros de continuidade e erros em fatos históricos ocorreram em toda a série. No episódio de estreia, “Volta ao Passado”, por exemplo, o Capitão Smith do Titanic é chamado de “Malcolm”, quando historicamente seu nome era Edward. Os nomes dos oficiais secundários também são fictícios, ainda que o livro campeão de vendas de Walter Lord, “A Night To Remember”, tivesse sido lançado apenas nove anos antes. Tony afirma que ele nasceu em 1938. Alguns episódios depois, em “O Dia Que o Céu Desabou”, ele afirma que tinha sete anos quando Pearl Harbor foi bombardeada em 1941, o que matematicamente torna 1934 seu ano de nascimento.
A única trilha original de O Túnel do Tempo é seu tema de abertura, composto por John Williams (creditado como “Johnny Williams”). Por uma questão de economia, talvez, Irwin Allen se utilizou de trilhas sonoras de outros filmes da Fox nos episódios da série. Notadamente, a grande maioria dessas trilhas é do compositor Bernard Herman. Este que já havia trabalhado com o diretor Alfred Hitchcock e fez muitos trabalhos para a Fox, além de ser amigo pessoal de Irwin Allen.
No episódio “O Fantasma de Nero”, ouve-se a trilha do filme “Viagem ao Centro da Terra” (1959), composta por Herman no mesmo ano. No episódio “Os Raptores”, é usada da trilha do filme “O Dia em Que a Terra Parou” (1951). E nos 30 episódios de O Túnel do Tempo, é possível ouvir fragmentos dessas duas trilhas.
A série ganhou um Emmy Award (o Oscar da televisão) em 1967, por realizações individuais em Cinematografia. O prêmio foi para L.B. “Bill” Abbott, por seus efeitos especiais de fotografia. Ao final de cada episódio de O Túnel do Tempo é sempre exibido um mini-trailer do episódio seguinte, mostrando Doug e Tony chegando ao seu próximo destino. Este recurso também foi utilizado pelo produtor Irwin Allen, na série Perdidos no Espaço.
• A impressionante introdução para a escala do projeto (mais de 36 mil pessoas e enormes edifícios subterrâneos) nunca é vista após o primeiro episódio, exceto por dois trechos filmados e usados repetidas vezes (alguém aí lembrou das cenas repetidas dos dinossauros em stop-motion usadas na série O Elo Perdido?). Um é do enorme gerador de energia piscando e outro do túnel de segurança que funciona através de uma passarela. Algumas destas filmagens foram uma homenagem ao filme clássico de ficção-científica “O Planeta Proibido” (Forbidden Planet, 1956, MGM), mas novas pinturas foscas e modelos foram criados especificamente para o episódio-piloto de O Túnel do Tempo.
• Virtualmente, cada episódio envolve a captura ou o cárcere de Doug, Tony, ou ambos, assim como fuga, recaptura, nova fuga, antes da transição de ambos para o próximo episódio.
• Quase todas as locações usadas para as filmagens situaram-se no sul da Califórnia ou arredores. Isso fez com que as cenas que se passam em diferentes partes do país (ou do mundo) tenham a mesma paisagem montanhosa, com árvores arejadas e plantas típicas da região onde ocorreram as filmagens. Doug e Tony quase sempre aparecem em algum lugar do passado. Eles viajaram para o futuro apenas em quatro ocasiões: duas em 1978, uma no ano de 8433 e, em parte de um episódio, viajaram a 1 milhão de anos D.C., para um futuro irreconhecível.
• Alienígenas e pessoas do futuro estão quase sempre vestidos de forma idêntica, muitas vezes em folhado de alumínio, como visto em outras séries de TV produzidas por Irwin Allen na época.
• Normalmente, Tony e Doug viajam no tempo juntos. Apenas em algumas ocasiões eles foram transportados a lugares ou épocas diferentes.
• Os protagonistas da série estão sempre com a mesma roupa e elas se mantém muito limpas.
• Tony e Doug nunca dormem? Os cientistas do túnel não descansam? Praticamente estão sempre monitorando a posição dos dois cientistas.
• Existe um romance entre a Dra. Ann MacGregor e o Dr. Douglas Phillips. Isso fica claro no episódio “Os Raptores”, quando, ao se reencontrarem, Ann dá um caloroso abraço em Doug, provando serem mais do que colegas de trabalho.
• No episódio “O Dia em que o Céu Desabou”, é possível saber sobre a história de Tony Newman, que era uma criança quando Pearl Harbor foi atacada pelos japoneses. Pode-se ver Tony arrasado com o desaparecimento de seu pai durante o ataque, ele que era um comandante naval. O telespectador pôde ver que o pai de Tony foi atingido por uma bomba que caiu na instalação que ele estava operando. Tony tinha vivido por anos sem saber o que tinha acontecido com seu pai e, sabendo da catástrofe que estava para acontecer, contou a seu pai que ele era seu filho, antes que o oficial fosse morto.
• Já que Doug e Tony viajam através da história, eles rapidamente se tornam história, já que ignoram a possibilidade de alterar o futuro ajudando as pessoas no passado. Mesmo que tenham que ajudar Arthur a se tornar um rei, ou ensinar Marco Polo os finos aspectos das armas de pólvora. Não só Tony e Doug podem alterar o passado, mas frequentemente, os personagens que estão com eles são acidentalmente enviados para o futuro, a fim de que possam alterar o presente do túnel: um garoto com uma bomba a ser usada para matar Lincoln acaba no túnel, bem como um francês louco pelo poder e um pirata sedento por sangue. De forma geral, as mudanças feitas pelos dois cientistas não são grandes; o Titanic afundou realmente, mas algumas vidas extras foram salvas graças à intervenção deles.

Robert Colbert e James Darren são os protagonistas de “O Túnel do Tempo”Título: O Túnel do Tempo (The Time Tunnel /1966-67/EUA/Cor)
Gênero: Série/Ficção Científica
Criação e Produção: Irwin Allen
Produtora: Irwin Allen Productions, Kent Productions e 20th Century Fox Television
Tema Musical: John Williams (creditado como Johnny Williams)
Formato: 30 episódios de 60 minutos (com intervalos), exibidos em uma única temporada
Exibição Original: 09/09/1966 a 07/04/1967 pela rede de televisão americana ABC
Distribuição no Brasil: Fox Filmes do Brasil
Elenco: James Darren (Dr. Anthony “Tony” Newman), Robert Colbert (Dr. Douglas “Doug” Phillips), Whit Bissell (General Heywood Kirk), John Zaremba (Dr. Raymond Swain), Lee Meriwether (Dra. Ann MacGregor), Dick Tufeld (Narrador), Sam Groom (Jerry), Weley Lau (Sargento Jiggs)
Dublagem: AIC/SP, feita em 1967: Carlos Campanile (Tony Newman), Neville George (Doug Phillips), Batista Linardi (General Heywood Kirk), José Soares (Dr. Raymond Swain), Judy Teixeira (Dra. Ann MacGregor – ep. 01 ao 25), Gessy Fonseca (Dra. Ann MacGregor – ep. 26 a 30), Dênis Carvalho (Jerry – a partir do episódio 3 e depois esporadicamente), Magno Marino (Sargento Jiggs), Ibrahim Barchini (narrador – até o episódio 26). A direção de dublagem e escalação do elenco foi realizada por Wolner Camargo
Exibição no Brasil: TV Tupi (jan/1968 a jun/1969); TV Excelsior (mar/1969), TV Record (1970, 1990/92); TV Globo (1972/77, 1984); TV Gazeta (1989); e nos canais pagos Fox (1993/98), TCM (anos 2000) e Rede Brasil (2013/14)

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