
Resgate da TVE: promessa de campanha e compromisso com a transformação social
O sucateamento da TVE e da Rádio FM Cultura, integrantes da Fundação Piratini de Rádio e Televisão, e o estado de abandono em que elas se encontram hoje são o resultado de um processo de desmonte que se iniciou há décadas e que não foi revertido, até aqui, pelo governo Tarso Genro.
Ainda que a posse do atual governo tenha ocorrido há apenas seis meses e já tenham sido adotadas medidas que permitiram, por exemplo, que a programação jornalística da TVE passasse dos 10 minutos a que havia sido reduzida no governo anterior para 20 minutos diários, há que se frisar que muitas outras medidas precisarão ser adotadas urgentemente.
Será necessário que sejam aportados recursos suficientes para a compra e instalação de modernos equipamentos de geração e retransmissão da programação das emissoras, bem como para a contratação emergencial de funcionários para as suas áreas técnicas e jornalísticas. Além disso, terão que ser reformulados os quadros de cargos e salários e, ainda, autorizada a realização urgente de concurso público para o provimento definitivo das vagas funcionais a serem abertas.
Caso estes requisitos sejam cumpridos e lhes sejam asseguradas as condições para uma atuação livre da tutela do Estado e dos governos, sem se contrapor frontalmente e sem concorrer com as rádios privadas existentes, as emissoras da Fundação Piratini terão um importante papel a cumprir. Exatamente por que não terão que se submeter aos ditames do mercado e à ditadura da busca cega pela audiência, a Rádio FM Cultura e a TVE estarão habilitadas para praticar um jornalismo crítico e independente e para criar e manter uma programação de alta qualidade, que possa se servir como referência para o conjunto de emissoras privadas que operam no estado.
Cabe ao governo Tarso Genro enfrentar o desafio de retirar as emissoras da Fundação Piratini de Rádio e Televisão da situação em que se encontram e de criar as condições para que elas se fortaleçam e se desenvolvam. É o que esperam os que leram o seu programa de governo e confiaram em suas promessas de campanha. É o que esperam, sobretudo, os segmentos sociais engajados e comprometidos com a transformação social. Não há tempo a perder.
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